Era pouco depois das 7h da manhã deste sábado (21) quando o balão de ar quente decolou levando 21 pessoas a bordo.
Entre elas, mãe e filhas, amigos, casais em busca de aventura e até profissionais da saúde em busca de um raro momento de lazer. O que ninguém imaginava era que aquele voo seria o último para oito delas.
e sua filha, Leise Herrmann Parizotto — nomes que, até então, representavam histórias de dedicação, família e amor à vida. Leane, moradora de Concórdia (SC), era mãe de três filhas, entre elas Leise, médica reconhecida em Blumenau pelo seu atendimento humanizado e carinho com os pacientes.
A tragédia não poupou a força dessa família: ambas estavam no mesmo cesto, junto à terceira filha, Leciane Herrmann Parizotto, que milagrosamente sobreviveu.
O Inferno no Céu
Testemunhas e sobreviventes relataram momentos de puro desespero. Um incêndio — ainda de origem não confirmada — começou no interior do balão poucos minutos após a decolagem.
Segundo as primeiras investigações, o fogo teria se originado em um maçarico reserva, instalado como medida de segurança. A ironia cruel: o equipamento de proteção teria se transformado no gatilho da tragédia.
Alguns conseguiram. Lançaram-se ao solo, ainda com o balão relativamente baixo. Outros, talvez tomados pelo pânico, pela hesitação ou por estarem mais afastados da borda do cesto, permaneceram.
O balão, após perder peso com os primeiros saltos, subiu novamente — e caiu em seguida, tomado pelo fogo, em uma área de mata próxima
Cachoeira do Bom Jesus, ponto turístico da região.
Uma Cidade de Luto, Um País em Choque
A tragédia abalou não apenas Praia Grande, conhecida como a “Capital dos Cânions”, mas reverberou por todo o estado e país. As mortes de Leane e Leise tocaram em especial as cidades de Concórdia, Blumenau e Seara, onde ambas mantinham laços familiares e profissionais.
Outro nome já confirmado entre os mortos é o do médico Andrei Gabriel de Melo, cuja trajetória também estava intimamente ligada à medicina e ao cuidado com o próximo.
As identidades das demais vítimas ainda não foram oficialmente divulgadas até o momento.
Investigações em Curso e Muitos Questionamentos
O que causou o incêndio? Por que o balão não conseguiu realizar um pouso de emergência? Havia falhas na manutenção? A empresa responsável seguia todos os protocolos de segurança?
Essas perguntas estão, agora, nas mãos da Polícia Civil, da Polícia Científica e do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, que seguem trabalhando intensamente na coleta de informações.
Técnicos especializados investigam os restos da aeronave e entrevistam os sobreviventes, na tentativa de entender como um passeio turístico em um dos cenários mais belos do estado se converteu em um pesadelo aéreo.