
Dessa vez, o alvo seria Viviane Barci de Moraes, esposa do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. Se essa medida for confirmada, ela seria vista como uma resposta direta à prisão domiciliar que o magistrado determinou para Jair Bolsonaro, o que aumentou ainda mais a tensão entre Brasília e Washington, que já não estavam muito bem.
Viviane é formada em Direito pela Universidade Paulista (UNIP) e é dona do escritório “Barci de Moraes Sociedade de Advogados”, localizado em São Paulo. Dois dos seus três filhos fazem parte da sociedade, e o escritório tem um papel importante no meio jurídico, inclusive com alguns casos que chegam até o Supremo Tribunal Federal.
Desde abril deste ano, o escritório passou a ser parceiro do Banco Master, embora os detalhes e valores dessa parceria não tenham sido divulgados. É importante lembrar que a advogada desempenhou um papel fundamental na defesa do próprio marido e de familiares durante um episódio polêmico no aeroporto de Roma, em 2023, que ainda gera muitos debates.
Ela foi atingida pela chamada Lei Magnitsky, uma legislação americana usada para punir autoridades acusadas de corrupção ou violação de direitos humanos. Na época, as medidas incluíram o congelamento de bens nos Estados Unidos e restrições de visto para ele, seus familiares e aliados próximos. Agora, com o foco voltado para a esposa, a pressão política e pessoal sobre o ministro pode se intensificar de uma maneira inédita.
Nos bastidores, aliados de Bolsonaro têm espalhado a ideia que Viviane seria o “braço financeiro” de Alexandre, sugerindo que o padrão de vida do casal não dependeria apenas do salário do juiz. O fato de ela comandar um escritório de advocacia que atua em causas importantes reforça essa narrativa. Mas, como costuma acontecer em tempos de forte polarização, acusações e certezas se misturam, e até agora não foram apresentadas provas concretas publicamente.
Se as sanções realmente forem aplicadas, o impacto para o escritório pode ser grande. Além de ficar impedido de atender clientes nos Estados Unidos ou empresas ligadas ao mercado norte-americano, ele também poderia sofrer danos à reputação — e, nesse contexto, a imagem é quase tão importante quanto o faturamento.
Ser colocado numa lista de sanções internacionais é algo difícil de apagar, e no Brasil esse episódio pode abrir um precedente perigoso: o uso de medidas externas como forma de pressão política.
Essa possível punição também representa mais um degrau na escalada da disputa ideológica entre Trump e setores do Judiciário brasileiro. Não seria a primeira vez que esse embate transborda para o comércio e a diplomacia.
Já houve tarifas extras sobre produtos brasileiros, restrições de exportação e até convocação de representantes diplomáticos para explicações formais. É um cenário em que decisões tomadas dentro do Brasil começam a provocar reações no tabuleiro geopolítico global
Essa possível punição também representa mais um degrau na escalada da disputa ideológica entre Trump e setores do Judiciário brasileiro. Não seria a primeira vez que esse embate transborda para o comércio e a diplomacia.